
Depois de tudo ainda teve o desplante de me dizer “Obrigado por tudo que você fez por mim, com você aprendi a ser mulher e hoje com certeza sou uma pessoa muito melhor graças a você, obrigado mesmo.” E eu idiota que sou, em vez de fazer um escândalo, quebrar uma garrafa no chão, chamar a atenção de todos no restaurante, invocar todos os palavrões que conheço para a direção dela, simplesmente baixei a cabeça e disse “De nada”, enquanto ela me dava um beijo na testa, ia embora e dizia que podíamos ser bons amigos.
Quando me refiz do choque, consegui raciocinar olhando para a conta de dois pratos caríssimos que nem chegamos a provar e para o anel que trazia nas minhas mãos, parcelado de quatro vezes e com o qual daria um passo enorme abolindo minha solteirice e vida desgrenhada para ser um dono de casa, um senhor do lar, constituindo família e fazendo todas as coisas que uma família faz. Bons amigos...bons amigos o escambau!, como ela pode ser tão fria, o que eu fizera de errado?
E agora enquanto ando a esmo olhando para o mar só consigo pensar nisso, sem saber ao certo o que fazer, de nada valeu tudo que fiz esse tempo todo. É....”De nada”...