sábado, 24 de junho de 2006

Ode ao Bar, ao Boteco, ao Barzinho


Ah...os bares dessa vida...
Quantas angústias, sorrisos, histórias despejadas nesses arremedos de vida comum
Sem os bares não seriamos muita coisa
Sentados em suas cadeiras somos mais felizes, mais soltos, mais sonhadores
Em suas esquinas esquecemos da conversa que consome a grande maioria do nosso dia
Não falamos mais tanto nas contas a pagar, no trabalho, nos problemas
Não gastamos mais tempo com Jeffersons, Dirceus, Ronaldinhos e Parreiras da vidaS
omos apenas nós mesmos multiplicados por mil
É onde nos permitimos viajar um pouco, fantasiar
Somos capazes de tudo, mentimos, contamos histórias, lembramos fatos inusitados
Nos tornamos o cara mais bonito, mais foda, mais rico da cidade em alguns minutos.

Ah...quantos bares nessa vida...
Bares de todos os tipos, barzinhos, botecos, chopperia, barzões
Remédio para curar mágoas, confessar pecados, comemorar alegrias
Lugares para se paquerar uma mulher bonita, atraente, envolvente
Pois na verdade nós homens só deixamos mais feios esses ambientes
Lugar de mulher também é em bar sim senhor, com toda sua beleza e encantamento
Espalhando seu perfume e charme pelas mesas ao redor, povoando mentes com desejo
Nos bares encerramos amores, consertamos horrores, construímos pequenos delitos
Somos ao mesmo tempo, herói e vilão, réu e júri, anjos e demônios
Esquecemos de tudo e de todos, do tempo, nos tornamos livres, prontos para sair ao leú
A cada cerveja gelada nos adaptamos a uma nova conversa, uma nova vida.

Ah...bares amigos por essa vida...
Traçamos uma relação de amor verdadeiro com esses estabelecimentos
Mas um amor libertário, sem amarras, cobranças, quase anárquico
Paixões antigas ficaram na memória como o Aconchego dos Amigos, o Campeão
Em outros termos, saudades do Colarinho Branco, Pingüim e o democrático Parlamento
Quantos porres, noites mal dormidas, manhãs de ressacas brabas, remédios baratos
Mas também, quantas historias a serem contadas, a serem ouvidas e apreciadas
Quanta coisa aprendemos entre uma porrinha, um flapt, um nivelamento de copos
Aprendemos não o que se ensina na escola, mas o que só se ensina vivendo
Os bares são o último reduto da nossa fantasia, uma alegoria da ilusão da vida
São onde fazemos um pouco do que sempre quisemos fazer.

quinta-feira, 1 de junho de 2006

Tô Indo Pra Marte


Sinceramente, eu não sei onde vamos chegar....
Ou a minha insanidade tá ficando incontrolável e eu tô realmente maluco ou tem muita coisa errada....
Veja bem:
-São políticos chamando o povo de crioulo e não acontece nada com eles;
-As entrevistas do Secretário de Estado Americano são a maior demagogia, querendo sempre botar os USA como os deuses bonzinhos do mundo;
-É uma onda tremenda de violência rolando solta em todo lugar;
-Nós somos um dos raros Países do mundo que conseguiu organizar o crime, agora só nos falta organizar a polícia;
-É o governo discutindo se o mosquito da dengue é municipal, estadual ou federal (eu nem sabia que mosquito tinha isso...), e não fazendo nada, pois o povo continua adoecendo;
-Todo mundo tá jogando no Eu Futebol Clube só se preocupando consigo, e esquecendo o significado das palavras Gentileza, Solidariedade e Compaixão;
-É a igreja dizendo não ao uso de camisinha em pleno carnaval;
-São pessoas e mais pessoas vivendo atrás de máscaras fingindo ser felizes;
-São pessoas com medo de viver com receio do que os outros vão falar;
-É o presidente assistindo de camarote toda essa corrupção e não faz nada;
-É a possibilidade real de termos um Serra, um Garotinho, uma Roseana no governo ano que vem;
-Ninguém ajuda ninguém;
-É o seu Jarde podendo ser governador de novo;
-É os USA querendo brigar com o mundo inteiro em prol da paz mundial (?);
-São milhares de pessoas na rua sem ter onde morar e o que comer e o governo pagando juros e mais juros da dívida externa que não vão acabar nunca;
-É ligar a TV e ter que assistir Big Brother e Casa dos Artistas;
-Tanta coisa acontecendo e as nossas revistas só sabem falar do Big Brother e da Casa dos Artistas;
-É ligar o rádio e só escutar músicas banais, comerciais o dia todo
-É o Caetano regravando música da Timbalada e se dizendo cult, pós – moderno (?);
-Até o pão e o circo do povo que é o futebol, consegue ir de mal a pior; [Nota do Roquenrou: a coluna foi escrita antes da final da Copa de 2002... a organização de nosso futebol continua a mesma porcaria, mas o pão e circo rendeu desta vez...]
-Até a MTV que já foi salvação um dia, hoje só toca em sua maioria o que rola nas rádios;
Quer saber, já decidi, tô indo pra Marte, tá a fim?

Obs: Texto publicado em 05/07/2002 no
www.roquenrou.com.br e que ainda parece meio atual em algumas coisas...