terça-feira, 28 de março de 2006

Pássaro De Marte

Já vivi um monte, a vagar pelo horizonte, me desfiz de conceitos, injetei novos trejeitos, andei por caminhos estreitos

Já acreditei no amor, ilusão quase nula da dor, mas me desencorajei, virei arte, passaro de marte, espelho da má verdade

Fui amigo da esperança, bela e frágil criança, investi em ações, esqueci das reações, inventei tantas novas funções

Hoje ando pelo mundo, vagando imundo, sem alma nem cor, saboreando pequenos delitos, explicando sem razão, educando um novo coração.

terça-feira, 14 de março de 2006

One

Um sonho
Viver
Um desejo
Crescer
Uma vontade
Entender
Um destino
Sofrer

domingo, 12 de março de 2006

Caras Palavras

Dentro da tua alma sou pecador
Vivo no escuro, sem luz nem dor
Mentiras, traições, incompreensão
Pequenos pedaços de desilusão
Dentro da tua alma sou estúpido
Caras palavras, estranho e súbito
rigas, confusões, ressentimentos
Frágeis estímulos de arrependimento
Dentro da tua alma sou imbecil
Sementes sujas de um amor pueril
Acasos, desencontros, inimizades
Doces frases de falsa verdade
Dentro da minha alma és eterna
Inúmeros erros, constante espera
Esperanças, fantasias, alegrias
Habituais pílulas de nostalgia

quinta-feira, 2 de março de 2006

Sem Amor

Que amor me diz que ama como o seu?
Que amor tanto me clama como o teu?
Quando o amor é soberano, eu sou plebeu
Quando o amor desaparece, imagino eu
Que amor escancara tuas virtudes reais?
Que amor absorve meus erros banais?
Quando o amor insiste, somos fatais
Quando o amor desiste, nunca mais
Que amor perdoa meu vazio coração?
Que amor não enjoa em meio a tanto não?
Quando o amor prevalece, perde a razão
Quando o amor esquece, fico sem perdão
Que amor viaja sincero por tanto tempo?
Que amor sobrevive sem documento?
Quando o amor esbanja, é como o vento
Quando o amor explode, sempre tento

quarta-feira, 1 de março de 2006

Todo Carnaval Tem Seu Fim

Vocês conhecem o Carnaval? Um cara bacana que um dia foi alegre, saia para passear com a bondade e a simpatia no coração. Cantava, sambava, dançava, jogava a vida em meio à multidão esperando para receber de volta. E conseguia.
Em todo lugar lá estava ele, era adorado, brincado, ressaltado de Chico Buarque a Antônio Jobim, de Zé Kéti a Cartola, de Portela a Mocidade. Saia às ruas, descia os morros, subia as escadarias, escancarava a fantasia de um povo que adorava brincar de ser feliz.
Com seus olês-olâs, ziriguiduns, chuês e chuâs, iluminavam alguns dias com o frescor da juventude novamente, com o riso exagerado dos enamorados, com o amor em beijos memoráveis, com os pés daqueles que não sabiam sambar jamais sendo desprezados mas adicionados à eterna folia.
Mas o Carnaval se foi. Esse ano realmente não o vi. Não sei se como um Pierrot apaixonado chora as lagrimas de alguma concubina maldosa, ou se de tanto se divertir enjoou de ir a diversos lugares. Procurei por onde andei e não o encontrei.
O Carnaval que me mostraram era um negócio de “Saborosa....”, ou “Se ela dança, eu danço...”, que confesso sem vergonha que dancei (e não tenho nada a reclamar das meninas que perto de mim também dançavam estonteantes), mas no meio de tudo senti a falta do meu amigo Carnaval, que do meu lado não veio parar.
Onde andará penso eu? Será que algum dia voltará?