terça-feira, 23 de maio de 2006

Estranho

Estranho achar que tudo não valeu. Que os sacrifícios feitos, as noites mal dormidas, as verdades mal concebidas tenham sido tudo em vão. Estranho pensar que era melhor não ter feito nada disso, quando algo que queremos muito não se propaga ou termina sem mais nem porquê.
Estranho achar que escolheste o caminho errado, que se não tivesse prestado determinados testemunhos tudo teria sido bem diferente. Estranho acreditar que não é mais preciso acreditar em nada, que a tua fé simplesmente resolveu te abandonar, que tuas crenças já sejam tão banais.
Estranho individualizar culpas enquanto tudo ao seu lado parece acelerar, nada e nem ninguém te esperam mais, te escutam mais. Estranho sentir que a vida pode ser cruel e sádica, que nem tudo são flores na estrada, nem tudo é belo e azul como escreveram os poetas.
Mais estranho ainda é deixar todas essas percepções invadirem teu ser e ocultarem aquele pouco que sempre carregaste de bom, de esconder toda a tua alegria onde já não consegues mais entrar. Mais estranho ainda é de repente esqueceres de ti mesmo, das tuas lutas, teus amores e ideais. Mais estranho ainda é não saber jogar, não aceitar a derrota, mesmo quando tudo que sonhaste foi sempre ganhar.

terça-feira, 16 de maio de 2006

Imperatriz


Chega mais um perdão descabido
Promovendo um choro quase fingido
Que não se pode prever ao certo
Se é mais injusto do que sincero
Acontece mais uma briga sem motivo
Acordando quem estiver adormecido
Já não importando a verdadeira razão
Se o que se briga é válido ou não
Suporta mais uma noite sem dormir
A espera de um amanhã, Imperatriz
O que se esgota não é o próprio lance
É a história de alguém, sem romance
Sonha com uma bela nova manhã
Com aquela outra luz, um amor terçã
Presumindo que haverá um novo sopro
No aguardo do seu sonhado gozo
Histórias se repetindo, casais em vão
Tristes companheiros, milhares sem paixão
A mesma conversa acontecendo dia a dia
A mesma vida apodrecendo na esquina

segunda-feira, 1 de maio de 2006

Adeus

Verdade seja dita meu bem
Nunca fomos ninguém
Sentimentos baratos demais
Beijos forçados alem do mais
Destinos mal traçados assim
Seriam nosso eterno fim?
Palavras sem nenhuma emoção
Olhares vulgares de perdão
Verdade seja dita meu bem
Estamos melhor agora além
Sonhos que voltarmos a ter
Esperanças passando a ser
Fatos escritos em uma novela
Jogados na pequena tela
Nossa historia infame de amor
Acabando sem a mínima dor