quarta-feira, 16 de agosto de 2006

Sapatos no chão

Olhar vão, triste e são
Doce refúgio, infesto de alegrias, cores de nostalgia vendidas em doses com limão
Estranho cessar, vago e prático
Confusa negação, empilhada em quadros na parede, fotos cínicas de um tempo sádico
Sapatos imundos, virados no chão
Energia incessante, palco patético, discos arrumados como um falso pedido de perdão
Café sem açúcar, vida sem sal
Ressaca dissonante, remédios cantando, nada que cure a urgência do inerente mal
Vozes abafadas, suplicas de paixão
Portas batendo, choros autênticos, vergonha nenhuma inserida no meio da multidão
Promessas internas, conveniências sem ninguém
Um novo caminho, os mesmos espinhos, seguindo sem destino nas ruas de Belém

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