sábado, 15 de janeiro de 2005

Meu Acaso

Durante este caso ao meu acaso
Vi que nada pode me destrair, me omitir
Posso ser um malandro, um farsante
Posso ser um simples dono de botequim
E depois destes gestos tão indigestos
Percebo detalhes perfeitamente estranhos
Olho minha existência e não vale tanto
Meus documentos não retratam meu canto
Passo a correr feito um louco medroso
Enquanto novos edificios se levantam imponentes
E eu não percebia que meu lar não tinha cara
Que o que acreditava completamente se mudara
E os carros continuavam indo e vindo sem parar
Sem uma explicação, um doce pedido de perdão
E novamente corria feito um louco desvairado
Tristezas, angústias e fracassos comendo no meu prato
Nem os cinemas existiam mais, viraram igrejas
Nem os bares exalavam cheiros, ficaram modernos
E tudo mais se dissipava em minha confusa mente
Parecia lobotomia, minha memória já me traia
E não conseguia mas nem lembrar de ti meu bem
Das estorias idiotas que passamos e vivemos
Simplesmente agora era tarde e não me restava nada
Só ficou uma rede estirada pra repousar meu corpo e dormir

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