Durante este caso ao meu acaso
Vi que nada pode me destrair, me omitir
Posso ser um malandro, um farsante
Posso ser um simples dono de botequim
E depois destes gestos tão indigestos
Percebo detalhes perfeitamente estranhos
Olho minha existência e não vale tanto
Meus documentos não retratam meu canto
Passo a correr feito um louco medroso
Enquanto novos edificios se levantam imponentes
E eu não percebia que meu lar não tinha cara
Que o que acreditava completamente se mudara
E os carros continuavam indo e vindo sem parar
Sem uma explicação, um doce pedido de perdão
E novamente corria feito um louco desvairado
Tristezas, angústias e fracassos comendo no meu prato
Nem os cinemas existiam mais, viraram igrejas
Nem os bares exalavam cheiros, ficaram modernos
E tudo mais se dissipava em minha confusa mente
Parecia lobotomia, minha memória já me traia
E não conseguia mas nem lembrar de ti meu bem
Das estorias idiotas que passamos e vivemos
Simplesmente agora era tarde e não me restava nada
Só ficou uma rede estirada pra repousar meu corpo e dormir
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